Defesa de um poeta*


Senhores jurados sou um poeta
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto

(…)

Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa

Sou uma impudência a mesa posta

de um verso onde o possa escrever


ó subalimentados do sonho !


A POESIA É PARA COMER.

*Trecho do texto A Defesa do Poeta de Natália Correia. Ela foi uma intelectual, poeta e ativista social. Nasceu em Açores, 1923 e faleceu em Lisboa 1993.


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Sobre anaylop

Sou um instantâneo das coisas apanhadas em delito de paixão a raiz quadrada da flor que espalmais em apertos de mão. ... Sou uma impudência a mesa posta de um verso onde o possa escrever "A defesa de um poeta" N. Correia
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