Como a Lua pondo-se na noite
Dando lugar ao sol
em um vai-e-vem constante
Assim crescemos , sem que muita gente percebesse
mas, a meu parecer
ainda mais aquele dia
A nosssa conversa pareceu-me a mesma
falavámos de nossa casa da árvora
que sempre caía após a briga entre meninas e meninos
sócios
sobre os livros que mais gostávamos
e nossas frases preferidas
ao qual acabavam transcritas
em agendas, cadernos e em cartas para ninguém
Era dezembro
Como outro qualquer
o dia, não me lembro
coisa boba é prender-se em detalhes do tempo
quando temos um momento para aproveitá-lo
e assim, sem detalhe, sem fescura, sem muita bravura
continuamos ali, nas nossas lembranças
nas nossas recordações
De como éramos iguais
em genero, número, grau, piercing e anseio
Foi assim, em meio a nossas lembranças,
que trouxemos de volta
a saudosa frutinha de nossa infancia
ninguém sabia seu nome
pra quê ? que detalhe de um nome
Quando o bom mesmo era subir na árvore
fazer guerra de fruta
tingir a roupa de rouxa
a língua de azul
Foi em uma dezembro
não me lembro o dia , muito menos a hora
lembro que descobrimos o nome
e revimos a árvore
As lembranças sumiram
Junto com nossa Tarsila contornada
com Polyana conformada
e a rainha Ester determinada
Havia apenas a nossa árvore,
nossa fruta especial
E de repente cresceu o que faltava em nós
tudo virou sorriso
E voltamos a ter oito anos.
*Tamy Silva
PS*
Devo compartilhar a resposta que a Tamy deu a um aluno dela que
perguntou se essa Polyana que ela citou, era amiga de infância. Ela
respondeu o seguinte: "é engraçado como realmente tem amigo de
infancia que a gente só encontra depois que já é gente grande.".
Concordo!