Não tinha lá uma simpatia muito grande com gatos. Mas conheci melhor a Tyara, gatinha da Carol (Alarcon). Ficamos íntimas. Amigassa minha, a Tyara. Mas ela é uma gata. Faz o que quer na hora que quer. Mesmo assim, perto de outros gatos, ela é a excelência no quesito comportamento. Não vai pra rua. Não vai "festar". Ok, ela já é uma "senhora", já tem certa idade, anda doentinha até. Mas segundo a Carol, ela sempre foi uma "mocinha" muito bem comportada. Não farreou tanto assim como é de costume para os gatos. Somando a este fato, estou vendo e ouvindo incansavelmente o DVD da Adriana Partimpim. Lá, ela gravou uma série de músicas que fez pro Ferreira Gullar fazer letras. A série de músicas é sobre um gato chamado Gatinho. Olha, só não adquiro um gato porque lá em casa a bicharada tá demais: passarinho, cachorro, tartaruga…Um gato? Não, acho que não. E penso ser incapaz de dar a educação a um gato tal qual a Tyara recebeu. Se eu adquirisse um gato, ele certamente se rebelaria como a "História de uma gata" do Chico Buarque (não sei bem se ele traduziu, compôs ou acrescentou): "Nós gatos já nascemos pobre, porém já nascemos livres"… Meu gato jogaria isso na minha cara e fugiria com o resto da gatarada farreando por aí. Mas para quem não gosta de gato, como eu não gostava por nada neste mundo, veja-o pelo prisma do Gullar, que o seguinte: (Essa é pra Tamy também). Beijos!
O Ron-Ron do Gatinho
O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.
Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.
É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso ele faz ron-ron
para mostrar gratidão.
No passado se dizia
que esse ron-ron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.
Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ron-ron em seu peito
não é doença – é carinho