O amor não acaba, nós é que mudamos

 
O amor não acaba, nós é que mudamos

Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?

O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos.

Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

 
Martha Medeiros
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Sobre anaylop

Sou um instantâneo das coisas apanhadas em delito de paixão a raiz quadrada da flor que espalmais em apertos de mão. ... Sou uma impudência a mesa posta de um verso onde o possa escrever "A defesa de um poeta" N. Correia
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4 respostas para O amor não acaba, nós é que mudamos

  1. Patrícia disse:

    …" que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais" kkkkkEspero sempre estar no grupo dos sortudos 2, mas não dependerá só de mim. hahaNa real, eu penso que tudo é a "lei do esforço"… esforço para criar expectativas realistas. Porque se é pra amar alguém a vida toda, sem fazer esforço algum ou abrir mão de nada, então vamos amar apenas a nós mesmos (e olha lá).bjo.

  2. Polyana disse:

    Como eu não sei de mim, acho que tô nessa de guardar lá no quartinho, se é que vc me entende… É, pra estar no grupo 2 os dois elementos tem de estar dispostos… aí sim lembro Anitelli: "os opostos se distraem, os dispostos se atraem"… Como diz aquele filósofo dos nossos tempos, "tem que ter disposição, tem que ter habilidade" kkkkkkkkkkkk… Mas é!

  3. Patrícia disse:

    Aí eu lembro da Rita Lee e digo:"PÁRA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER"É, "meu borogodó é do balacubaco". kkkkkkkkkbjo.

  4. Polyana disse:

    "o meu borogodó é do balacobaco"…kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk com certeza.

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